domingo, 31 de julho de 2011

Mas como ensinar liberdade? Mas como ensinar o respeito? Mas como ensinar os Direitos Humanos?

Depois de me deparar com vídeos e discursos equivocados e de natureza conservadora a respeito de kits anti - homofobia que seriam distribuídos nas escolas públicas resolvi pesquisar para compreender melhor a proposta, afinal, a informação é uma arma para a ignorância e os equívocos.

No dia 23 de Novembro de 2010 a câmara discutia sobre o projeto "Escola sem Homofobia". O grupo formado para abordar e discutir o assunto compunha se de representantes do MEC e ongs como ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), ECOS (Comunicação em sexualidade), Galé Internacional, entre outras.

Foi feita uma pesquisa em escolas de 11 capitais de 5 regiões brasileiras para diagnosticar a situação das escolas com relação a homofobia. (Alunos menores de 18 anos só responderam a pesquisa com autorização dos pais).
  • Os resultados apontam para violência de caráter homofóbico com atitudes descriminatórias e violentas.
  • Tendo como consequência para o estudante vítima: depressão, queda do rendimento escolar, aversão à escola e até suicídios foram relatados.
  • Os resultados também apontaram para falta de preparo dos professores para tratarem do assunto, optando por ignorar o fato de haver gays e preconceito dentro do ambiente escolar.
  • Professores também temem a reação das famílias ao abordarem o assunto e também alegam falta de material sobre o tema. 
Em suma, a escola pública é um ambiente muito hostil à diversidade sexual, tanto em  sua manifestação quanto em sua discussão.
Após esses resultados a ABGLT elaborou o kit anti - homofobia, no qual contêm: um caderno de apresentação seis boletins para os alunos, cartaz e vídeos. Dirigido a professores e alunos de Ensino Médio, em geral com 14 a 18 anos de 6.000 escolas, o material contém temas polêmicos como bissexualidade, transsexualidade e namoro gay.
A intenção não é fazer apologia ao homossexualidade, mas aos direitos humanos. A escola é um lugar da não segregação e do convívio e respeito a pluralidade. A idéia é buscar o conceito de normalidade. Quem não está dentro do padrão imposto é tratado como anormal.

Segundo André Lazaro do Ministério da Educação o plano de educação para os próximos anos terá estratégia para debate sobre o assunto.

Mas.....a partir daí surgem novas interpretações, no dia 30 de Novembro de 2010 o deputado Jaír Bolsonaro do Partido Progressista do Rio de Janeiro chama atenção para o assunto de maneira que as propostas debatidas pelo Mec e pelas Ongs que defendem os direitos humanos sejam desfigurados usando e abusando de equívocos e má interpretação e claro com uma pitada de moralismo:
Ele diz: “Atenção, pais de alunos de 7, 8, 9 e 10 anos, da rede pública: no ano que vem, seus filhos vão receber na escola um kit intitulado Combate à Homofobia. Na verdade, é um estímulo ao homossexualismo, à promiscuidade. Esse kit contém DVDs com duas historinhas. Seus filhos de 7 anos vão vê-las no ano que vem, caso não tomemos uma providência agora”. (hein?!)

Dá para continuar discutindo esse assunto? Dá nojo!
Esses gays e lésbicas querem que nós entubemos, como exemplo de comportamento, a sua promiscuidade. Isso é uma coisa extremamente séria”.(cuma?!)

Ontem eu participei da gravação do programa da Luciana Gimenez. É um tema que… Não me agrada falar em homossexual. Eu realmente assumo o que disse na TV Câmara: se um garoto tem desvio de conduta logo jovem, ele deve ser redirecionado para o caminho certo, nem que seja com umas palmadas. Acusam-me de ser violento, mas não sou promíscuo, não sou canalha com as famílias brasileiras!”  Discurso do dia 30/11/2010, em: http://verd.in/fy7
(Desvio de quê? Desvio de Conduta, significado: corresponde a transtornos caracterizados por padrões persistentes de conduta dissocial, agressiva ou desafiante. Palmadas em quem? Desvio de quem??)

http://www.youtube.com/watch?v=1HWu-CuAo1Q






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